domingo, 2 de abril de 2017

PRINCESA DE PAPEL (THE ROYALS #1)

"Ella Harper é uma sobrevivente. Nunca conheceu o pai e passou a vida mudando de cidade em cidade com a mãe. Mas agora a mãe morreu e Ella está sozinha. É quando aparece Callum Royal, amigo do pai, que promete tirá-la da pobreza. A oferta parece tentadora: uma boa mesada, uma promessa de herança, uma nova vida na mansão dos Royal, onde passará a conviver com os cinco filhos de Callum. Ao chegar ao novo lar, Ella descobre que cada garoto Royal é mais atraente que o outro – e que todos a odeiam com todas as forças. Especialmente Reed. Ele diz que ela não pertence ao mundo dos Royal. E ele pode estar certo."

Você sabe que gostou muito de um livro quando ele acaba e você imediatamente compra a continuação e começa a ler feliz e satisfeita, agradecendo todos os deuses do universo por você viver em uma época na qual o Kindle existe e você pode fazer esse tipo de coisa sem tirar seu pijama. E é assim que eu apresento Princesa de Papel, o livro que você vai amar no melhor estilo guilty pleasure de quem assiste séries na MTV e sabe muito mais do que deveria sobre a vida das Kardashians (cof, cof).



A história é simples. Ella, garota orfã que tenta sobreviver após a morte da mãe e sem dinheiro, é encontrada por Callum Royal, que alega ser seu guardião legal após a morte do pai de Ella. A partir daí, Ella vai morar na casa de Callum e dos seus cinco filhos, Gideon, Reed, Easton (MELHOR PESSOA! #fangirling) e os gêmeos Sawyer e Sebastian. Os garotos Royal mandam e desmandam na escola em que frequentam, a exclusiva Astor Park, onde os chamados “decretos reais”  podem transformar uma pessoa na mais popular ou mais ostracizada da escola. Jogada em um mundo que não conhece, Ella se depara não só com a dificuldade em se ajustar, mas também com a determinação dos filhos de Callum em fazer da vida dela um inferno. Em especial de Reed, que está convencido que Ella tem uma agenda oculta e não passa de uma oportunista.

Princesa de Papel é um livro estranho. Deliciosamente estranho, “meu deus preciso continuar lendo todo esse drama e OMG eu amo e odeio metade das personagens ao mesmo tempo” estranho. Porque honestamente, é uma mistura de novela mexicana que passaria no SBT, Segundas Intenções e Hana Yori Dango. É perfeito. Como ninguém pensou nessa mistura de referências pop antes? Erin Wyatt, sua gênia. Te amo.


O livro é sim exagerado e exige de você o chamado suspension of belief (não consegui pensar em uma expressão em português que signifique a mesma coisa: basicamente parar de procurar verossimilhança e seguir a corrente) para curtir a trama. Vale a pena e, se você conseguir, espere muitas risadas e um livro devorado em uma noite. Princesa de Papel é diversão garantida. As próprias autoras reconhecem que o livro tem seus momentos "sem-noção" e deixam bem claro em várias entrevistas que era isso que elas queriam desde o começo. A série não vai ganhar nenhum Nobel da literatura, mas tudo bem. Nem todo livro precisa. Se você conseguir, de novo, entender que era esse o objetivo em nome da diversão, você vai gostar.

E sim, os Royals são todos disfuncionais e nem anos de terapia resolveriam todos os problemas daquela família. E, certo, Reed Royal é um idiota na maior parte das vezes e toda essa gente tem que parar de dizer a Ella o que ela pode ou não fazer porque esse negócio de macho alfa controlador é  muito século XIX (ou Christian Grey) e, gente, vamos superar isso. Além disso, todo mundo no universo de Astor Park parece governado única e exclusivamente por hormônios - o tempo todo (leia com a voz do garoto de O Sexto Sentido, por favor). 

Minha opinião sobre as personagens durante todo o livro.
E, aham, verdade, o relacionamento de Ella e Reed é zero, zero saudável. Também acho que, no contexto do livro, fazer a protagonista ser virgem foi uma oportunidade perdida de falar sobre empoderamento feminino (se ela não fosse, mudaria algo? Até porque 1/3 do livro é gente se pegando, vamos lá). E, totalmente concordo, por mais que o Reed tenha a cara de (coloca sua celebrity crush aqui), o fato da Ella ter um instacrush nele enquanto é tratada mal (para não dizer de forma abusiva) me dava vontade de dar uns tapas nela. O livro é, de novo, divertido, mas não dá para fingir que inexistem problemas. Para mim ainda assim valeu a experiência. E Ella é, apesar de tudo, uma heroína interessante, ainda que eu ache que ocasionalmente falte um pouco de cérebro (como no final do livro).

Eu li a versão em inglês, mas o primeiro volume da trilogia já foi publicado no Brasil pela Editora Planeta no começo do ano. Se se você não se importar em ler em inglês e não quiser esperar, a trilogia já foi inteiramente lançada nos Estados Unidos (um conhecimento intermediário do idioma é suficiente para leitura).

E, não dá para não comentar, sabe o que vai ser lançado esse ano? Um livro protagonizado inteiramente por Easton, a nova adição da minha lista de personagens ficcionais favoritos. Ele é o melhor dos Royals (eu sei que isso não é exatamente grande coisa), e, embora seja tão tão disfuncional quanto o resto da familia, é mais adorável que todo mundo somado. #FEELS

Narrativa: 4/5
Desenvolvimento das personagens: 3/5
Fator X: Hana Yori Dango + Geordie Shore + Segundas Intenções = Amo (mesmo que não faça sentido algum metade do tempo).
Avaliação Geral: 4/5



Nenhum comentário: